Não temos hipótese de não ter uma visão do mundo, mas temos a escolha de investir cuidadosamente na nossa visão do mundo, segundo Carlos Strenger (O Medo da Insignificância, Lua de Papel). Não estamos condenados a viver dentro dos limites de visões de mundo que não escolhemos, mas que foram inculcadas nas nossas mentes através da educação quando eramos mais novos.
Na tradição europeia, esta ideia foi traduzida pela Alegoria da Caverna de Platão. A Alegoria da Caverna constitui uma das imagens mais famosas na história da filosofia ocidental. Ela põe em evidência que os seres humanos têm propensão para viver no erro, porque a circunstância do nascimento pode não nos ter proporcionado o acesso ao tipo de educação que nos leva ao melhor pensamento produzido pela humanidade. Todas as tradições filosóficas nos exortam a não nos conformarmos com as limitações que nos são impostas pelo acaso do nascimento e a passar pelo doloroso esforço de adquirir o conhecimento necessário a viver numa visão de mundo tão próxima da verdade quanto possível.