Este pretende ser um "espaço" público de partilha de ideias, um espaço de comunicação...

07
Out 13

   

Campo de Concentração de Auschwitz

 

"Chegamos a uns prados cheios de flores. Vimos e compreendemos que estavam diante de nós, mas não sentíamos nada. A primeira centelha de alegria chegou quando vimos um galo com uma cauda de penas multicolores. Mas foi só uma centelha; ainda não pertencíamos àquele mundo. Ao fim da tarde, quando nos encontrámos novamente na caserna, um dos presos disse a outro em segredo: "Diz-me uma coisa, hoje sentiste-te satisfeito?"

E o outro respondeu, sentindo vergonha porque desconhecia que todos sentíamos o mesmo: "Para dizer a verdade, não!"

Tínhamos, literalmente, perdido a capacidade de sentir contentamento e tínhamos de o reaprender lentamente".

 

É desta forma que Viktor Emil Frankl, em O Homem em Busca de um Sentido, descreve os dias que antecederam a libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz.

De acordo com o autor, o que se estava a passar com os prisioneiros libertos podia chamar-se "despersonalização". Tudo parecia irreal, improvável, como num sonho. Os prisioneiros não conseguiam acreditar que era verdade.

Defendendo a tese segundo a qual a saúde mental está fundada num certo grau de tensão entre o que já realizámos e aquilo que ainda queremos alcançar, ou o espaço entre o que somos e aquilo que pretendemos vir a ser - e não num estado de equilíbrio, num estado de homeostasia, como normalmente se postula -, Frankl narra, na primeira parte do livro, a sua dramática luta pela sobrevivência enquanto priosioneiro e, na segunda parte, expõe o seu método de psicoterapia: a logoterapia.

Frankl descobriu que os sobreviventes eram aqueles que criavam para si próprios um objetivo, que encontravam um sentido futuro para a existência.  

publicado por Carlos João da Cunha Silva às 23:24

Outubro 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
11
12

14
15
16
17
18
19

21
22
23
24
25
26

27
29
30
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Filosofia
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO