A nossa sociedade de consumo - ou o "tempo dos objetos", expressão utilizada por Baudrillard - é uma sociedade caracterizada pela abundância e circulação massiva de objetos que moldam a existência humana.
Na sociedade ocidental, "Ter" parece constituir uma condição necessária e suficiente para se Ser Feliz.
Com efeito, é indiscutível o poder de sedução exercido por diversos objetos, em particular os "objetos" tecnolológicos, nos mais jovens.
Poderíamos enumerar uma lista quase infindável desses objetos: telemóveis, iPods, Mp3, Mp4, computadores.
Tais objetos parecem exercer um poder verdadeiramente hipnotizante, em especial nos mais jovens, alienando-os da realidade, fazendo-os tomar o virtual pelo real.
São as novas sombras da caverna.
Eis uma visão crítica da nossa civilização dos objetos e da nossa conceção de felicidade:
"O homem branco (...) julga-se tão forte como o Grande Espírito.
Eis porque, do nascer ao pôr-do-sol, milhares e milhares de mãos mais não fazem do que fabricar coisas, coisas humanas cujo sentido ignoramos e cuja beleza desconhecemos. O papalagui procura sempre inventar coisas novas. As suas mãos tornam-se febris, o seu rosto, cor de cinza, e curvadas as suas costas; mas os olhos brilham-lhe de felicidade sempre que consegue uma nova coisa. Logo, todos a querem ter, todos a adoram e celebram.”
O Papalagui, Antígona, (p. 28)