Parménides
Lavoisier
O que há de comum entre Parménides, o filósofo, e Lavoisier, o químico?
Sabe-se que o primeiro viveu antes de Cristo, entre 539 e 480, que se debruçou sobre questões de natureza metafísica, que polemizou com Heraclito, o filósofo do "devir" e que era de Eleia.
No que ao segundo diz respeito, sabe-se que viveu no século XVIII, o século das "luzes", que é um dos fundadores da Química moderna e que, acusado de conspirar contra o povo, foi guilhotinado durante a revolução francesa.
Mas o que têm em comum figuras aparentemente tão díspares?
Contra Heraclito, para quem "ninguém se banha duas vezes na mesma água de um rio" ou seja, tudo flui, Parménides sustenta a permanência da realidade, o "Ser". Com efeito, Parménides afirma que só o ser é e que o não ser ( ou o nada) não é. Prosseguindo a "via da razão", considera que o Ser é uno e imutável. De onde poderia provir algo? Do Ser? Não, pois o que é não necessita fazer-se. Do não ser? Muito menos, dado que do nada, nada se produz. O próprio movimento é impossível, uma vez que este exigiria um espaço vazio, o nada que, como vimos, não existe em absoluto.
Uma leitura mais atenta do Ser de Parménides e das suas características faz-nos notar as suas semelhanças com a Lei de Lavoisier da Conservação da massa:
"a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos de reacção" ou "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".