(O Nascimento de Vénus, Botticelli)
De acordo com um dos fundadores da Sociologia, Augusto Comte, a ciência atravessou na sua evolução três estádios: teológico, metafísico e positivo.
Na era "teológica" as explicações dos fenómenos eram dadas pela intervenção de uma multiplicidade de deuses. Porém, a humanidade caminhou no sentido de substituir o politeísmo por um monoteísmo.
Foi a difusão do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo que permitiu a crença num Deus único, criador e omnipotente.
Todavia, enquanto que para Comte este facto constituiu, em determinada fase da evolução da humanidade, um progresso social, para o filósofo Nietzsche, para quem o pluralismo é a maneira de falar propriamente filosófica e único garante da liberdade no espírito concreto, os deuses morreram, mas morreram a rir ao escutar um Deus dizer que era o único. A afirmação de um Deus único revela-se, neste sentido, incompatível com o pluralismo na medida em que se apresenta como a única Verdade suprema. Ora, não existe um acontecimento, um fenómeno, uma palavra ou um pensamento cujo sentido não seja múltiplo, considera Nietzsche.