(O Beijo, Rodin)
O homem, fruto do desejo?
O que é o amor? Um meio de ascender ao conhecimento, como em Platão ou uma "cegueira do espírito", como em Descartes e Schopenhauer?
Em Platão, o amor está associado ao belo. Considera dois tipos de belo: o belo em si mesmo, tomado como essência ou forma Ideal que se distingue das coisas que, sendo belas, não passam de cópias daquela Ideia. Há uma relação de participação entre o belo ideal e as coisas reais belas do mundo dito sensível.
Como se chega ao belo absoluto, ideal, se este reside no "mundo inteligível" e se o homem vive no "mundo sensível"?
É pela alma ligada ao corpo que o homem sente amor pelo ser imbuído de beleza. Mas enquanto que a beleza dos corpos é finita, o amor é um desejo de eternidade, o que conduz a alma a afastar-se do carnal para atingir a beleza ideal, suprema e eterna que se confunde com o bem, a justiça e a sabedoria.
Já para o pensador pessimista Schopenhauer, o amor não passa de uma "armadilha estendida ao indivíduo para perpetuar a espécie". O amor será um impulso obstinado, um ímpeto cego, uma dinâmica sem objectivo nem razão, expressão daquilo que designa por Vontade.