Não é fácil traçar a fronteira entre o humor, o bom humor, e a chacota e definir Liberdade de Expressão. Todos o sabemos. Todos, ou quase todos, estamos de acordo em que o humor é um sinal de inteligência e de maturidade intelectual. Já a chacota é a arma dos pobres de espírito, dos vingativos, invejosos, intriguistas e coscuvilheiros. A chacota é a arma dos que se riem dos outros, mas que não sabem olhar-se ao espelho e rir-se de si próprios.
Todos sabemos, ou quase todos, que os fundamentalistas são desprovidos de sentido de humor, porque, como referia Umberto Eco, o humor é um instrumento crítico. Por isso, o fundamentalista mata. Mata o comediante que satiriza com a sua religião ou com outro assunto que considera um dogma. Hoje, o fundamentalista mata, porque é desprovido de sentido de humor. Hoje, como na Idade Média. Em "O Nome da Rosa", por exemplo, destrói-se um livro que fala sobre o riso e mata-se por ele, porque “só os tolos riem” e porque, "quem ri não tem medo de Deus", e "quem não tem medo de Deus, é aliado das forças demoníacas".
Mas, que Deus é este, que não sabe rir? Que Deus tristonho e sisudo é este, meu Deus?!