Qual o sentido que singulariza, verdadeiramente, o homem entre os animais?
Segundo Aristóteles não é a vista nem o ouvido mas, paradoxalmente, o que eles têm de mais comum:
“Nos outros sentidos o homem fica aquém de muitos animais mas é de longe superior quanto à finura do tacto. E é por isso que é o mais inteligente dos animais”.
Podemos, pois, dizer com Fabrice Hadjadj (A Profundidade dos Sexos): “o tacto é o fundamento de todos os outros sentidos.”
O nosso privilégio sensorial reside no tacto e não na visão (a águia tem-na mais penetrante) ou na audição (o cão tem-na mais fina). Ter o tacto mais fino é sentir-se e sentir o mundo de forma mais radical do que todos os outros animais. Se a visão e a audição nos dão a alegria de conhecer, o tacto dá-nos a alegria de ser.