Lamego, vista parcial da cidade
"Cidade, política, cidadão e civilização" constituem conceitos que se interligam.
Ser cidadão é ser membro de uma comunidade política, que se define pelo livre exercício dos seus direitos cívicos e políticos e pela sua participação nas decisões do Estado.
É ter direitos e deveres.
A noção de cidadão só faz sentido numa sociedade regida por leis, pois é a lei que determina os direitos e os deveres dos cidadãos – embora num “estado de natureza”, anterior à sociedade política que institui o “direito positivo”, se possa falar em “direitos naturais”.
Como a natureza recusou ao homem a capacidade de se bastar a si mesmo, a sua realização plena só é viável na cidade, enquanto cidadão.
A cidadania está ligada à nacionalidade mas uma cidadania plenamente realizada deveria basear-se numa política cosmopolita. Mais do que cidadãos de uma nação ou de uma cidade, somos “cidadãos do mundo”.
Apesar das fronteiras físicas e culturais que delimitam e circunscrevem as nações e os povos, parece haver valores, direitos e deveres universais que ultrapassam as simples fronteiras das cidades e das nações.
A civilização, neste sentido, pode ser entendida como um estado de progresso dos costumes, dos conhecimentos e dos valores, tese contestada por Rousseau - para quem a civilização, no sentido de afastamento do estado natural, não deve ser entendida como progresso.