Magritte
Ao estabelecer a distinção radical entre o pensamento – res cogitans – atributo da mente, e a extensão – res extensa – atributo do corpo, Descartes constitui o ponto de partida clássico da Filosofia da Mente.
Dada a radical oposição estabelecida por Descartes entre os atributos do pensamento e da extensão, existe também uma radical oposição entre as mentes e os corpos, caracterizados respetivamente por tais atributos.
Como tal, surge a necessidade de clarificar o modo como mente e corpo interagem.
Como pode a vontade de erguer um braço, atributo associado à mente e ao pensamento, determinar o movimento corporal do braço?
É conhecida a resposta de Descartes à questão, que faz situar na glândula pineal o centro de interação mente-corpo.
É sabido que uma tal resposta carece de valor científico.
Por isso, a questão permanece em aberto, e a sua resposta remete para uma conceção dualista do ser humano ou para uma conceção monista.
À luz dos conhecimentos científicos atuais, ganha forma a teoria da identidade mente-cérebro. Trata-se de uma teoria materialista (monista) que defende a identidade entre processos mentais e processos cerebrais.
Porém, podemos ainda assim questionar: a Mente é o Cérebro?