Enfim, fim-de-semana.
Um fim-de-semana significa, normalmente, tempo de lazer, de repouso, de ócio.
Não deixa de ser curiosa esta conceção de Tempo, próxima da conceção do Homem da consciência pré-racional, do Homem do “mito”, para quem, como faz alusão Mircea Eliade em O Sagrado e o Profano, “tal como o espaço, também o tempo não é nem homogéneo, nem contínuo, havendo, por um lado, os intervalos de tempo sagrado, o tempo das festas e, por outro lado, o tempo profano, a duração temporal ordinária na qual se inscrevem os atos privados de significação religiosa”.
Sem ócio, o ser humano não poderia superar as amarras das suas necessidades básicas e “ascender” a valores de outra natureza.
Sem ócio, não haveria tempo para aprender ou para ir à escola, pelo que a Escola, (do Grego Skholé, és = descanso, repouso, lazer, tempo livre) enquanto instituição, não seria viável.
Este tempo de ócio não deverá, porém, confundir-se com a ociosidade, a preguiça ou a mandriice.
Pelo contrário. É condição necessária à construção de uma sociedade mais justa, mais livre e mais humana.
Façamos, por isso, a apologia do tempo livre, do feriado, do ócio.
Sobretudo, não se converta todo o tempo do mundo em tempo de "negócio", ou seja, da negação do ócio.