T. Hobbes é considerado como um dos primeiros pensadores do Estado moderno. De facto, a sua ambição foi elaborar uma teoria racional do poder e ser o Galileu da ciência moral e política.
Parte, em primeiro lugar, de uma constatação: sem um poder forte, os homens destroem-se uns aos outros. O poder político é, pois, necessário. Mas nem por isso é natural. Os homens são iguais. Por que razão aceitariam submeter-se ao poder de um homem colocado acima deles? Os teóricos do Direito divino, aos quais Hobbes se opõe, dirão que o poder político vem de Deus. Mas se se recusar a ideia da origem divina do poder político, surge uma dificuldade: como poderão os homens aceitar obedecer a um poder, uma vez que são naturalmente iguais?