(Antiga Ágora)
O movimento sofístico teve a sua importância para a história da filosofia na medida em que contribuiu para combater uma certa visão dogmática da realidade.
Os seus principais representantes, Protágoras e Górgias, advogavam um subjectivismo ou relativismo e um cepticismo, patentes nos célebres enunciados:
“O Homem é a medida de todas as coisas” e “O ser não existe, se existisse não o podíamos conhecer e se o pudéssemos conhecer não o podíamos comunicar”.
O relativismo do pensamento sofista, no entanto, impediu uma formulação universal do que fosse a virtude. Essa limitação conduziu pouco a pouco os sofistas a privilegiarem o ensino da dialéctica e da retórica não mais como formas de descobrir a verdade, mas como forma de fazer prevalecer a argumentação própria em detrimento da contrária ou, por outras palavras, de triunfar na vida política e social. Se a verdade absoluta é inacessível, a opinião, entregue à manipulação dos demagogos, será justificada e validada pela convergência com a dos outros homens. Será considerado verdadeiro o discurso forte, isto é, o discurso partilhado, maioritário. Esta doutrina do discurso forte caracteriza a democracia.
O carácter pejorativo que posteriormente adquiriu o termo sofista deve-se sobretudo às severas críticas que Sócrates, Platão e Aristóteles formularam contra o movimento. Aristóteles definiu a sofística como a "arte da sabedoria aparente" e acusou os sofistas de serem simples comerciantes do saber.