O homem deixou de estar no centro da criação após as descobertas de Darwin. Afinal, Deus não terá criado o Homem à sua imagem e semelhança. Este resulta, antes, de um longo processo de evolução filogenética.
A vida é um acaso feliz e, depois de emergir, evolui através da selecção natural. A existência do homem é puramente acidental. A teoria de Darwin demonstra que somos animais como quaisquer outros, ainda que tal se trate de uma verdade difícil de aceitar.
Por tudo isto, "o homem - segundo Jacques Monod, um dos fundadores da Biologia Molecular - deve despertar do seu sono milenar e descobrir a sua solidão absoluta. Deve compreender que, como um cigano, vive na fronteira de um mundo estranho; um mundo que é surdo para a sua música e indiferente às suas esperanças, bem como ao seu sofrimento e aos seus crimes".
Esta é, enfim, a visão actual do naturalismo científico.