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Jan 09

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A Virtude segundo Aristóteles é aquilo que completa a natureza de um ser; se a virtude do cavalo é correr bem, a virtude do homem é agir conforme a razão, ou seja, segundo o "meio justo" ou meio termo; a coragem, por exemplo, situa-se entre a temeridade e a cobardia. 

Normalmente consideram-se o vício e o defeito como opostos da virtude e a aptidão, a excelência e a força como termos próximos. E a inveja?  Trata-se de uma virtude ou de um defeito?  É comum considerar-se esta segunda opção. No entanto, há quem assim não pense. Veja-se, a este propósito, a opinião fundamentada do filósofo Fernando Savater, ateu, por sinal, em Os Dez Mandamentos do Século XXI :

 

"A democracia também promove e expande a inveja. A inveja cobiça, do mesmo modo que outros objectos, esse bem que é o poder, o comando que se detém sobre a comunidade. Converte-se, neste caso, em valor positivo. Por exemplo, no quadro do regime democrático é positiva a vigilância que, porque somos invejosos, exercemos sobre os nossos dirigentes. Não estamos dispostos a consentir que os detentores da nossa representação no interior da sociedade possuam privilégios indevidos. Embora lhes outorguemos uma série de vantagens, não queremos que se aproveitem do espaço que lhes concedemos com o nosso voto. (...) Deste modo, na democracia, a inveja funciona por vezes como um mecanismo de vigilância política que compreende os funcionários, os grandes empresários e os grupos de poder. Neste sentido, a inveja cumpre uma função purificadora porque, graças a ela, não descuramos certo tipo de corrupções."  

publicado por Carlos João da Cunha Silva às 20:07

Janeiro 2009
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