Em todos os meus aniversários, até hoje, fiz menos do que 30 anos. Consequentemente, por indução, em todos os meus aniversários farei menos do que 30 anos!
Será mesmo?
A indução é um tipo de raciocínio especialmente usado pelas ciências da natureza, experimentais (ao invés das ciências formais que usam a dedução). Também se revela importante no domínio do senso comum. Com efeito, é por indução que sabemos que amanhã o sol vai "nascer", que um dia vamos fazer uma "viagem" sem retorno, etc, etc.. uma vez que assim estamos habituados pela regularidade com que os fenómenos se sucedem, como demonstra David Hume, na sua crítica ao processo indutivo.
Todavia, a indução apenas nos fornece um maior ou menor grau de probabilidade e não uma relação de necessidade lógica entre premissas e conclusão. O facto de se terem observado mil cisnes, todos eles de cor branca, habilita-nos a concluir, tão só e apenas, que provavelmente (e não necessariamente) todos os cisnes são ou serão brancos. Isto se deve ao facto de a conclusão ultrapassar, em extensão, o que é afirmado nas premissas. É com base no exposto que Karl Popper, aliás, propõe o falsificacionismo, ao invés do verificacionismo, tradicionalmente referido como método científico.
(Ver Indução)