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Dez 08

Pensam os homens e mulheres de maneira diferente sobre ética?

"A ideia de que homens e mulheres pensam de forma diferente tem tradicionalmente sido usada para justificar a subjugação de umas pelos outros. Aristóteles afirmou que as mulheres não são tão racionais como os homens, e, por isso, são naturalmente governadas pelos homens. Kant concordava, e acrescentou que por essa razão as mulheres "carecem de personalidade civil" e não devem ter voz na vida pública. Rousseau tentou suavizar a ideia ao sublinhar que homens e mulheres apenas possuem virtudes diversas; mas é claro que no final se verifica que as virtudes dos homens os tornam adequados para a liderança, enquanto as virtudes das mulheres as tornam ideais para a casa  e a família. 

   Tendo em conta este pano de fundo, não surpreende que o florescente movimento feminista dos anos 1960 e 1970 tenha rejeitado em bloco a ideia de diferenças psicológicas entre mulheres e homens. A concepção dos homens como racionais e das mulheres como emocionais foi descartada como mero estereótipo. A natureza, afirmava-se então, não faz qualquer distinção moral ou mental entre ambos os sexos; e quando parece existir tais diferenças é apenas porque as mulheres foram condicionadas por um sistema opressivo a comportar-se de forma "feminina".

No entanto, mais recentemente as pensadoras feministas reconsideraram a questão, e algumas concluíram que as mulheres pensam de facto de maneira diferente dos homens. Mas, acrescentam, as formas femininas de pensar não são inferiores às dos homens; nem essas diferenças justificam subordinar alguém a outrém. Pelo contrário, a forma feminina de pensar contém intuições que têm faltado nas áreas de actividade de dominação masculina. (...) A ética é considerada uma candidata preferencial para este tratamento."

 

RACHELS, James, Elementos de Filosofia Moral, Gradiva, pp. 227-228

publicado por Carlos João da Cunha Silva às 10:45

 

Como seria viver sem o senso comum?Excelente pergunta!! Atrevo-me a dizer que seríamos mais puros. Sem o senso comum não seríamos afectados pelas ideias pré-feitas; não nos seria tudo dado como uma "prenda" que, mesmo que não gostemos, temos que aceitar, pois, caso contrário, não seríamos bem vistos. Assim, todos poderíamos (e necessitaríamos de) utilizar o pensamento e criar as nossas próprias ideias, os nossos próprios valores, as nossas posições. E mais, visto que cada um teria a sua opinião e não haveria opiniões gerais que todos usariam, seria mais fácil exprimirmo-nos. Porém, visto que a capacidade crítica é inerente aos seres humanos e que sem o senso comum ver-nos-íamos obrigados a dar-lhe uso, as posições assumidas por cada pessoa seriam igualmente criticadas.
Certamente que a nossa vida não seria igual. Quero dizer, por momentos, não seria igual. E digo por momentos pois o ser humano tem tendência a simplificar o que o rodeia, pelo que o senso comum acabaria por surgir. Mas, entretanto, a vida diferiria da que temos com o senso comum. Isto porque seríamos obrigados a analisar as coisas até às suas mais ínfimas raízes para as compreender. Por exemplo, saber quando iria chover não passaria apenas por olhar para o céu e reparar nas nuvens (se estavam escuras ou não), passaria sim, por estudar a atmosfera, os gases presentes nela e tudo o que existe antes deste fenómeno tão habitual. Concluindo, ver-nos-íamos obrigados a ir para além do observável ... ou seja, a pensar sobre as coisas. E vendo bem, não é essa a mais correcta forma de saber?
Joana Filipa Pesqueira, n.º 11
10.º ano Turma A
 
publicado por Carlos João da Cunha Silva às 10:15

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