"Não gosto dos que nunca se riem; não são pessoas sérias", alguém disse.
Porque é a rir que se corrigem os costumes e, sobretudo, a rir-se de si próprio, foi criada, nesta página, uma secção destinada ao humor, em especial ao "Humor Filosófico". Esperamos, deste modo, colmatar uma lacuna e responder aos apelos de alguns dos nossos leitores que, modéstia à parte, já são alguns e dispersos por diversos continentes. Aqui ficam, para todos eles, os votos de um feliz 2009.
A palavra Carácter etimologicamente significa cunho, ferrete?
"Imprimir carácter" era, antigamente, marcar o escravo ou a besta com o ferrete, ferro quente, que deixava impresso o sinal de propriedade. A palavra sofreu uma evolução semântica até designar o conjunto de características, físicas e morais de um indivíduo.
A palavra designa, por isso, o conjunto das disposições permanentes ou habituais de um indivíduo (seu éthos, de onde deriva ética).
Depois da invenção da imprensa, passou a designar também o tipo, o carácter que imprime a letra.
Conforme foi oportunamente publicitado, realizou-se, no passado dia 15 de Dezembro do corrente ano de 2008, no auditório da Escola E.B. 2,3/S. de Moimenta da Beira, uma palestra dinamizada pelo professor Tiago Pita, presidente da Assembleia-Geral da Associação de Aconselhamento Ético e Filosófico em Portugal, alusiva ao tema “Para Que Serve a Filosofia?”.
Três "adivinhas" para exercitar os neurónios, em tempo de férias e de frio:
I
- Com um A atrás de mim, faço esperar qualquer um.
- Gritam por mim nos assaltos.
- Avançada, protejo as tropas.
- Conservo cabeças secas em dias de chuva.
- Velo pelas costas dos outros.
II
- Surgi em 1927.
- Sou brilhante e muito cobiçado.
- Celebram-me todos os anos, pelo menos em 23 exemplares.
- Nunca recompensei Portugal.
- O meu nome também pode aplicar-se a uma pessoa.
III
- O andar é difícil quando me alojo na asa.
- Posso medir o tempo.
- Por vezes, tenho bico.
- Dou importância a um Duque.
- Dou-me bem com os meus fiéis amigos.
"Tal como o espaço, o tempo também não é, para o homem religioso, nem homogéneo nem contínuo. Há, por um lado, os intervalos de tempo sagrado, o tempo das festas (na sua grande maioria, festas periódicas); por outro lado, há o tempo profano, a duração temporal ordinária na qual se inscrevem os actos privados de significação religiosa. Entre estas duas espécies de tempo, existe, bem entendido, solução de continuidade, mas por meio dos ritos o homem religioso pode passar, sem perigo, da duração temporal ordinária para o tempo sagrado.
(...) O tempo sagrado é pela sua natureza própria reversível, no sentido em que é, propriamente falando, um tempo mítico primordial tornado presente. Toda a festa religiosa, todo o tempo litúrgico, representa a reactualização de um evento sagrado que teve lugar num passado mítico, no começo. Participar religiosamente de uma festa implica a saída da duração temporal ordinária, e a reintegração do Tempo mítico reactualizado pela própria festa."
ELIADE, Mircea, O Sagrado e o Profano
Educar:
1. de "educare" (= alimentar)
2. de "educere" (= tirar para fora)
No primeiro sentido:
- Alimentar. Ensinar. Mobilar. Jogar. Impor normas exteriores.
Entendida neste sentido, a educação funciona como condicionamento, amestramento, domesticação.
"Dêem-me uma criança e farei dela o que vós quiserdes" (Watson).
No segundo sentido:
- Tirar para fora. Aprender. Ajudar a arrumar a mobília. Treinar (método socrático).
Entendida neste sentido, a educação funciona como libertação: de si mesmo; do seu psiquismo; do seu corpo; dos outros; das propagandas.
Dos Valores Éticos podem dar-se as seguinte características:
a) Só podem ser seus portadores as pessoas, nunca as coisas; só seres espirituais podem realizar valores morais;
b) Os valores éticos têm o carácter de exigências e imperativos absolutos; exigem, imperiosamente, que a consciência os atenda e realize;
c) Os valores éticos dirigem-se a todos os homens; são universais; a sua pretensão a serem realizados é universal.
d) Constituem uma norma ou critério de conduta que afecta todas as esferas da nossa actividade e da nossa conduta na vida.
Como exemplo de valores éticos podem ser mencionados:
- o bem;
- a honestidade;
- a bondade;
- o altruísmo;
- a amizade;
- a lealdade;
- a solidariedade.
- ...
O que nos podem ensinar os animais não humanos a propósito dos valores éticos?
Veja-se, a este propósito, o seguinte vídeo:
Cão tentando salvar outro cão comove o Chile
OU ainda,
Na série de ideias - substância, corpo, vivente, animal, homem - ordenados por ordem decrescente de extensão, a ideia de homem é a ínfima espécie (a ideia que não apresenta abaixo de si senão indivíduos); animal, vivente e corpo são géneros em relação às ideias de menor extensão e espécies, quando relacionadas com as de maior extensão; substância é o género supremo ou categoria; animal é o género próximo de homem. Acima de todos os géneros e englobando as categorias, está a ideia de ser. A diferença específica é a característica que se junta ao género próximo para constituir a espécie, aumentando-lhe a compreensão.